Um Legado dos Atlantes
Publicado por Frater Basílides em Ocultismo · Segunda 25 Dez 2017
Os Rosa-Cruzes prefere a prática à teoria; o ato à argumentação verbal, a realização à outra qualquer forma de exposição especulativa.
Ao invés de gastar o tempo e o esforço dos seus adeptos ouvindo discursos, conferências e leituras de páginas atribuídas às faculdades latentes, desenvolve-lhes os poderes físicos, prepara-os ou transformam-os em super-homens capazes de escalarem, por si, as muralhas que impedem a maioria das criaturas, a conquista dos mundos hiper-físicos, o intercâmbio com as entidades superiores.
Como se sabe, os Atlantes, seres da Quarta Raça Raiz, que teve a missão dármica de desenvolver o corpo astral, como a terceira, a Lemuriana, anteriormente, de desenvolver o corpo físico e a Quinta a Ariana ou melhor, Ameríndia, o corpo mental inferior, atingiram um tal Ascenso, no arco da sua evolução, que conseguiram a posse absoluta do PODER FOHÁTICO , “a mais potente de todas as energias de que o homem já foi dotado”.
O culto da Serpente, a veneração do FOGO SERPENTINO, Kundalini dos indianos, cujas origens Le Plongeon verificou nos símbolos encontrados em várias Kunas mayas e quichés, é uma prova desta verdade que, de boa fé, não é possível contestar.
De fato, toda a Sabedoria Integral, de que os Mistérios Sagrados foram, em todas os tempos e entre todos os povos, uma síntese material, uma representação prática, toda essa ciência esotérica, que os Atlantes legaram aos ameríndios e estes, por seu turno aos outros povos da Antiguidade, tem por base essa força simbolizada pelo CADUCEU, insígnia representada por um pequeno bastão com duas asas na extremidade superior e duas serpentes, que o entrelaçam.
A despeito da ação de iconoclasta dos representantes da Igreja Romana, companheiros dos conquistadores espanhóis e portugueses, ainda foi possível coligir documentos comprobatórios desta verdade em toda a América.
QuetzalcoatlQuetzalcoatl, o instituidor do grande império dos NAHUAS, o Messias Tolteca, que lançou os fundamentos dessa civilização de que os escombros arquitetônicos, existentes no México são provas incontestáveis; Kan, o senhor dos Mayas, o antigo Yucatan, berço originário da cultura humana, cujas pegadas são encontradas na Índia, no Egito e na Grécia; Manco-Capac, o fundador da dinastia incaica, que de Cuzco estendeu por toda a cordilheira andina os seus domínios, isto é, do Peru à Patagônia, conduziram os seus respectivos povos, na marcha ascensional da sua evolução, empunhando, como Moisés, em busca da Terra Prometida, o mesmo cetro real, em que se enroscavam as duas significativas serpentes.
Todos se diziam FILHOS DO SOL e foram, efetivamente, iniciadores do CULTO SOLAR, a veneração do CRISTO CÓSMICO, a HELIOGNOSE, porque, como é notório, tanto entre os astecas, como entre os mayas e os próprios incas, esses representantes da Igreja Romana encontraram o CRISTO E A CRUZ, no interior misterioso dos seus templos.
Os nossos aborígines não eram estranhos a esse culto. Além de adorarem GUARACY - O SOL, dão prova disto a notória atitude que mantiveram diante da Cruz, das velas redondas, das caravelas de Cabral e o respeito guardado durante todo o ofício divino da primeira missa celebrada no Brasil, a ser verdade o que escreveu Caminha na célebre carta dirigida a D. Manuel, o Venturoso.
Posso aduzir, também em favor desta afirmativa, os desenhos de vários exemplares da cerâmica de Marajó e de outras regiões do Brasil, em que TAU, a cruz dos Maya-Quichés, aparece como símbolo divino e, bem assim, as inúmeras inscrições rupestres, as runas atlantes, traçadas em vários rochedos, ainda existente, em quase todo o continente americano, como assinala o nosso Mestre, Dr. Krumm-Heller.
ThotRecordo estas verdades para evidenciar de maneira clara e positiva que, tanto Krishna, na Índia, como Zoroastro, na Pérsia, Thot, no Egito, Orfeu, na Grécia, e Jesus, na Palestina, foram filhos do Sol (Indra, Ormuzd, Osiris, Apolo e Cristo) propagadores da heliognose e, portanto, sucessores de Quetalcoatl, o Messias Tolteca, nessa missão cristônica de guiar a humanidade, nas várias etapas indicadas pelo carma e pelo darma de cada povo.
Os documentos indianos e, sobretudo, os egípcios, mais poupados pela inclemência do tempo, as devastações cataclísmicas ficaram, ao que parece, mais ao alcance dos que se dedicaram a estes estudos. Daí, certamente, a preferência dos ocultistas modernos que, embora reconhecendo na civilização egípcia incontestáveis reflexos da civilização indiana e nesta, provas patentes da civilização americana, isto é, maya-quiché, “bebem, mais a miúdo, nos mil volumes atribuídos a Hermes (o Thot, dos egípcios) os conhecimentos teóricos e práticos que constituem a:SABEDORIA INTEGRAL”.
E que vem a ser, realmente, essa tão decantada e, ao mesmo tempo, tão combatida ** SABEDORIA INTEGRAL? Uma ciência metafísica, privilégio dos Grandes Iniciados de todos os tempos e de todos os povos. Uma ciência secreta que permite aos que lhe desvendam os arcanos, ultrapassarem os limites do mundo físico.
Uma ciência que se baseia na mais absoluta verdade, tanto assim que faculta a própria Igreja Romana a Taumaturgia e os milagres dos santos e a própria ciência oficial os proveitos do Hipno-magnetismo, da telepatia, do para psiquismo, da psicanálise, da psicologia fisiológica, o conhecimento do “subliminar”, do “superego” e bem assim das influências do rítmico, dos sons, das cores, dos perfumes, de todas as vibrações do éter (tatwas), em vários fenômenos que se observam em toda a natureza e no próprio cosmos.
Em suma, uma ciência-religião que Max Muller, apesar da sua técnica absolutamente materialista, não pode fugir ao dever de assinalar, nessa obra, sempre lida, que se intitula Sistemas Filosóficos da Índia.
Um legado precioso dos atlantes aos ameríndios e destes aos indianos, aos egípcios, aos gregos e a todos os povos da mais remota antigüidade. ∆
Domingos Magarinos R + (Revista Gnose maio 1936)
N. T. - Quetzalcoatl quer dizer Serpente Emplumada, Serpente Alada