A Ordem Hermética da Aurora Dourada (Hermetic Order of the Golden Dawn 1888), como um prolongamento das citadas organizações inglesas (Grande Loja e SRIA). Cabe salientar que a Golden Dawn (conforme alegavam seus três fundadores ingleses) possuía credencial constitutiva originária de uma pretensa ligação alemã com a senhora Anna Sprengel, da Gold-und Rosenkreutz (ou, "Fraternitatis Rosae et Aureae Crucis" Fraternidade da Rosa e da Cruz Dourada), criada cerca de cem anos antes (provavelmente em 1757; que, por sinal, foi considerada de caráter gnóstico pelo fato de ter sido orientada para estudos especulativos sobre assuntos de Cabala e Alquimia). Na sequência dessas diversas instituições consta a que se intitula OTO (Ordo Templi Orientis - Ordem do Templo do Oriente), criada em 1902.
Vários membros graduados, egressos da OTO, obtiveram incentivos para estabelecer novas organizações e, dessa maneira, originaram-se denominações como a Astrum Argenteum (A.A., 1905), de Aleister Crowley; a Rosicrucian Fellowship - Fraternidade Rosacruz (1909), de Max Heindel; a Ancient Mystical Order Rosae Crucis (ou Antiquus Mysticusque Ordo Rosae Crucis) - Antiga e Mística Ordem Rosacruz (AMORC, 1915), de Harvey Spencer Lewis; e mais algumas outras assemelhadas.
Cumpre salientar que, a despeito da utilização mais ampla do idioma francês na diplomacia mundial (anterior à Primeira Grande Guerra), assim como do idioma inglês na competição política internacional (após a Segunda Grande Guerra), tem sido evidente que a substância filosófica dos pensadores gregos se transmitiu à índole metafísica dos alemães há vários séculos (entretanto, o latim perdurou na linguagem hermética). Muito antes dos manifestos rosa-cruzes, sumidades do povo alemão (como Alberto Magno, Agrippa, Paracelso) já se haviam notabilizado nos exercícios da alquimia, da magia e das artes ocultistas (sem se esquecer dos filósofos Leibnitz, Kant, Fichte, Goethe, Hegel, Schelling, Schopenhauer, Nietzsche - além de musicistas: Bach, Bethoven e outros; de cientistas: Kepler, Humboldt e outros, etc.).
No conjunto dos idealizadores de ramificações esotéricas ressalta-se o nome de Theodor Reuss, que foi co-fundador da OTO e que teria exercido influência proeminente na expansão do germanismo ocultista (posterior à Primeira Grande Guerra); mas, isso já acontecia antes de Nietzsche, passando por Swedenborg e Rudolph Steiner.
O teósofo e ocultista Theodor Reuss fundou a OTO (em 1902), com Heinrich Klein e Karl Kellner este como primeiro Soberano Grão-Mestre (que morreu em 1905, quando foi substituído por Reuss). Depois de uma longa viagem ao Oriente (com Klein e Kellner, quando resolveram fundar a OTO).
Theodor Reuss viveu em Londres, onde participou da Maçonaria, da SRIA, da Sociedade Teosófica e da Golden Dawn; também permaneceu na Alemanha, durante alguns anos, e mudou-se para a Suíça, em 1912, onde faleceu em 1924.
O autor do livro A Igreja Gnóstica, Arnold Krumm-Heller, nasceu na Alemanha, em 16 de abril de 1876 (signo astrológico de Aries). Ele obteve aprimorada formação, adquirida em diferentes nações, e por isso se tornou poliglota. Diplomou-se em Medicina e foi possuidor de vastos conhecimentos desenvolvidos em pesquisas sobre ciências naturais e assuntos de arqueologia pré-colombiana (ligava-se ao continente americano por laços muito estreitos, pelo fato de ter sido filho de mãe mexicana). Muito jovem, ingressou na Maçonaria, instituição na qual galgou os mais altos graus. Por esse meio, inseriu-se no mundo esotérico, passando a conviver com os principais dignitários das congregações ocultistas de seu tempo (quase todos ilustres membros da Maçonaria).
Em 1905, com 26 anos de idade, Arnold Krumm-Heller foi iniciado por Papus (nome místico do doutor Gérard Encausse, médico, maçom graduado e mago famoso), que era representante da OTO na França (conforme designação de Theodor Reuss, So¬berano Grão-Mestre).
Ainda em Paris, naquele ano de 1905, ele foi sagrado ao sacerdócio da Ecclesia Gnóstica pelo mesmo Papus (da qual era bispo e acumulava a representação para a França).
No ano de 1909, com viagem marcada para o México (país que considerava sua segunda pátria), Arnold Krumm-Heller foi promovido a bispo da Igreja Gnóstica e recebeu delegação para introduzir a jurisdição de seus cultos nos países de língua espanhola e portuguesa pois, como poliglota, dominava o idioma espanhol.
No México, ele se deslocou à península de Yucatán, a fim de complementar seus estudos acadêmicos, pertinentes à Arqueologia, e para conhecer as forças misteriosas da cultura nahua (pois os nahuas pertencem à linhagem ancestral do povo nahuatle que erigiu pontentosas construções, outrora utilizadas em sagradas celebrações litúrgicas da América Central); e, a seguir, prestou serviços à campanha do movimento constitucionalista mexicano (em 1911), que lhe valeram a condecoração de coronel médico-militar e que lhe resultaram mais outras honrosas homenagens (até elevados cargos na instrução pública, coroados com o de ministro diplomático na Europa).
Tendo retornado à Europa, ocupou-se com a ação militar do serviço sanitário alemão, durante a Primeira Grande Guerra, quando obteve acesso a sociedades científicas e a conclaves internacionais que o motivaram à apresentação de trabalhos escritos, ensejando pesquisas transformadas em livros.
Seus estudos ampliaram-se ao mundo esotérico e fizeram dele um conceituado místico, além de erudito intelectual (escritor, tradutor e, como redator, colaborou para revistas e jornais).
Diante da crise ocorrida na Alemanha, após o ano de 1918, ou seja, depois de terminada a guerra mundial, Arnold Krumm-Heller residiu na Espanha, onde (aliado ao excelso mestre Saint Germain) se. acercou da Loja Branca de Montserrat (Barcelona), e de onde partiu para frequentes viagens internacionais (Europa, Canadá, Estados Unidos, América Central e América do Sul).
Tendo sido admitido nos mais altos graus da OTO, Arnold Krumm-Heller foi instado a fundar a Fraternitas Rosicruciana Antiqua (FRA), em 1927.
Em 1929, o Grande Mestre Arnold Krumm-Heller alcançou iniciações incaicas (Andes peruanos: Cuzco - Machu Pichu), quando recebeu o cognome de Huiracocha (em alusão ao ser epônimo das seitas andinas também conhecido pela denominação de Viracocha: assistido por Tonapa, seu imediato místico).
Na observância da tradição, o Patriarca da Igreja Gnóstica era o arcebispo Basilides (doutor E. C. H. Peithmann), cujo pseudônimo era rememorativo do filósofo gnóstico homônimo que inspirou uma continuidade doutrinária basiliadiana, encabeçada por seu filho, de nome Isidoro, desde o século II.
Os anais registram que o bispo Huiracocha (Grande Mestre Arnold Krumm-Heller) foi designado para suceder ao falecido doutor E. C. H. Peithmann (arcebispo e Patriarca da Igreja Gnóstica, na Europa).
Dentre os mais importantes integrantes da historiografia misteriosa, que auspiciaram as atividades do mestre Huiracocha, sobressai o nome do excelso mestre Rakoczi, identificado como tendo sido o conde de Saint Germain, ou príncipe Rakoczi dotado de extraordinária longevidade e de poderes sobrenaturais excepcionais (que o colocam na posição de Supremo Dirigente das instituições iniciáticas providas pela Fraternidade Universal dos Obreiros da Luz). O excelso mestre Saint Germain foi o mentor espiritual do Grande Mestre Huiracocha, como Soberano Comendador da Fraternitas Rosicruciana Antiqua (FRA) e como Patriarca da Igreja Gnóstica.